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sábado, 28 de agosto de 2010

Um passeio pela História dos Perfumes

Por Valéria Trigueiro*

A inteligência das plantas então precisou criar aromas cada vez mais fortes e sofisticados. Da raiz às flores se encontrava substâncias fungicidas, bactericidas e a cicatrização ficou por conta das resinas.

Para falar sobre perfumes temos que voltar um pouquinho no tempo, a fim de conhecermos melhor o que exatamente estamos fazendo quando usamos um perfume. Tudo tem uma história e esta tem uma razão. Assim, devemos lembrar que no início do mundo não havia muita variedade de plantas e aromas. Este último foi criado como um sistema de defesa das plantas contra o ataque de insetos, juntamente com outros recursos, como o surgimento de pêlos, cascas mais grossas e resinas.

Como a Natureza é realmente um exemplo perfeito e completo de adaptação, os insetos por sua vez criaram seu próprio sistema de adequação. Alguns se viciaram em determinados aromas, passando então a fazer o que conhecemos como polinização, levando de um lado para outro, sementes, criando novas espécies. A inteligência das plantas então precisou criar aromas cada vez mais fortes e sofisticados. Da raiz às flores se encontrava substâncias fungicidas, bactericidas e a cicatrização ficou por conta das resinas.

Chegamos ao Antigo Egito, quando o homem através da observação das plantas aprende a honrar os deuses, envenenar armas, criar rituais religiosos e de sedução, curar, embalsamar e perfumar. Nesta época a saúde física e espiritual era una.

Na Grécia Antiga já se valorizava a higiene e a beleza, e é dali que vem o costume, mantido até hoje, de jogarem-se pétalas de rosas nas tumbas como símbolo de vida eterna. Quanto à arte da perfumaria já se usa olíbano, mirra, canela, cravo, benjoim e sândalo com o intuito de sedução no século IV a.C. Entretanto, na Roma Antiga é que tais usos se perpetuam e o hábito de tomar banho se estabelece como ritual cotidiano de limpeza física e espiritual. Surge o sabonete, que naquela época chamava-se "sapo" - uma mistura de gordura de carneiro, cinzas de ervas queimadas e óleos essenciais.

Nesta época fica bem clara a relação das ervas e plantas como remédio através de "Tratados Médicos" atribuindo poderes curativos ao sândalo, ao cardamomo e à rosa, em poder da burguesia. Ao passo que se estabelece o uso cosmético, com a manufatura de pomadas, talcos e águas aromáticas, diminui o simbolismo místico e religioso. Surgem os recipientes de vidro, que substituem os de cerâmica usados até então. Têm vantagem soberana, já que não deixam odores, as resinas não são absorvidas pela porosidade da cerâmica e ainda podem imitar os recipientes gregos em suas formas e cores.

Na Idade Média Yakub al Kindi (803-870) escreve o "The Book of Chemistry", onde faz alusão aos óleos essenciais. É quando também se dá a descoberta e o desenvolvimento da destilação, creditada ao poeta, matemático, médico e alquimista Avicenna (980-1037).

Historicamente, a primeira destilação bem sucedida foi a da rosa, que merece um livro inteiro sobre o assunto. Santa Hildegarde von Bingen escreve quatro tratados de medicina herbal (Causae et Curare), sendo a ela também creditada a criação da Água de Lavanda, sua favorita. Entretanto, não só a Água de Lavanda é usada nesta época, surgem a Água de Carmelita e a Água Milagrosa que são fórmulas secretas, guardadas a sete chaves pelos padres e freiras europeus por serem preciosas pelo poder curativo, inclusive contra "problemas de visão", melancolia, memória, dor e febre. Apesar de todo o segredo, sabe-se que dentre as ervas, havia três flores: lavanda, angélica e camomila.

Neste ponto já é possível notar alguns conhecidos nossos - fórmulas secretas, poder da Igreja e tratados médicos em poder da burguesia. Sabemos que isto é apenas o começo. Controle e monopólio não são "privilégio" de nossos tempos. Já nos Séculos XIII e XIV a Itália monopoliza as rotas comerciais do Oriente. Há o controle das especiarias e do perfume, com o intuito de debelar a praga, a Igreja restringe o uso das ervas apenas aos palácios e monastérios sendo seu uso fora deles totalmente proibido, com conseqüências que seria redundância mencionar.

Nas Cruzadas (1096-1291) desenvolve-se o comércio entre o Oriente e a Europa, com o incremento da utilização das especiarias e das essências. Volta-se a valorizar a higiene, trazendo o perfume, desta vez aliado à arte. Na França se estabelece a união entre os herbalistas e os boticários, estes, por sua vez, por possuírem maior cultura, assumem o papel de médicos e perfumistas.

Com a chegada do Século XVIII não é mais necessário mascarar odores fortes, e em conseqüência modifica-se o senso olfativo fazendo surgir os aromas florais. Registra-se o surgimento da primeira fragrância sintética, isto é, produzida em laboratório, em 1868, sendo que no ano anterior já havia ocorrido algo que viria modificar a história efetivamente. Foi o fato de que na Feira Internacional de Paris os perfumes e sabonetes foram expostos em uma seção à parte da farmacêutica. Estava estabelecido um setor industrial independente. Os perfumes deixam de ser considerados curativos e naturais, tornando-se apenas acessórios.

Porém, nem tudo está perdido, já que em 1928, Maurice Gattefossé nos traz de presente a Aromaterapia, e com o advento da II Guerra Mundial (1939-1945) Jean Valnet lança como recurso extremo, a fim de amenizar a dor e curar as feridas de seus soldados, os óleos essenciais, sendo muito bem sucedido.A partir disto, continua seus estudos, desta vez testando os óleos essenciais para curar distúrbios de ordem psiquiátrica, podendo comprovar sua eficácia.

Assim, a partir deste ponto, poderemos começar a falar sobre PERFUMETERAPIA, que ficará para o próximo artigo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010



Ao penetrarem pelas narinas, os aromas encontram o sishistoria-do-perfume límbico, responsável pela memória, sentimentos e emoções. A sábia Cleópatra seduziu Marco Antônio e Julio César usando um perfume à base de óleos extraídos das flores

Nos tempos mais remotos, os homens invocavam os Deuses por meio da fumaça. Eles queimavam ervas, que liberavam diversos aromas. Foi neste contexto que surgiu a palavra "perfume", em latim "per fumum", que significa "através da fumaça".

Mais tarde, diversas ervas compunham banhos aromáticos, pomadas e perfumes pessoais dos egípcios. Mas foi Cleópatra quem eternizou a arte da perfumaria, ela seduziu Marco Antônio e Julio César usando um perfume à base de óleos extraídos das flores de henna, açafrão, menta e zimbro.

No início o perfume era à base de ceras, gorduras, óleos vegetais e sabões misturados a ervas. Com a descoberta do vidro, no século I, os perfumes ganharam uma nova cara, reduzindo sua volatilidade e ganhando formas e cores.

Por volta do século X, Avicena, o mais famoso médico árabe, descobriu a destilação dos óleos essenciais das rosas, e assim criou a Água de Rosas. Depois veio a Água de Toilette, feito para a rainha da Hungria. No século XIX o perfume ganha novos usos, como o terapêutico, por exemplo.

Hoje sabemos que o perfume é capaz de revelar a personalidade das pessoas, bem como sua classe social, uma vez que, um pequeno frasco pode atingir valores exorbitantes.

É comum o mesmo perfume apresentar cheiros diferentes quando aplicado em pessoas diferentes. Isso porque, os odores corporais são únicos, sendo resultado da alimentação, das características pessoais, dos lipídeos e ácidos graxos que a pele exala. A temperatura da pele interfere diretamente na vaporização do perfume, e portanto no cheiro que ele exala.

A magia dos cheiros

Mais do que revelar a personalidade de uma pessoa, o perfume influencia o estado de espírito de todos nós. Ao penetrarem pelas narinas, os aromas encontram o sishistoria-do-perfume límbico, responsável pela memória, sentimentos e emoções. Quando uma mensagem aromática penetra neste sishistoria-do-perfume, provoca sensações de euforia, relaxamento, sedação ou estimulações neuroquímicas.

Antigamente, o sishistoria-do-perfume límbico era chamado de cérebro das emoções. Quando estamos muito tensos e nervosos, um aroma de lavanda é capaz de nos relaxar e nos induzir ao sono, ajudando em casos de insônia. Quando estamos apáticos, deprimidos, infelizes, o aroma de bergamota pode ajudar na recuperação. Aromas de limão, vetiver, eucalipto e alecrim melhoram a concentração, enquanto os de alecrim aliviam o cansaço.

Nos tempos mais remotos, os homens invocavam os Deuses por meio da fumaça. Eles queimavam ervas, que liberavam diversos aromas. Foi neste contexto que surgiu a palavra "perfume", em latim "per fumum", que significa "através da fumaça".

Mais tarde, diversas ervas compunham banhos aromáticos, pomadas e perfumes pessoais dos egípcios. Mas foi Cleópatra quem eternizou a arte da perfumaria, ela seduziu Marco Antônio e Julio César usando um perfume à base de óleos extraídos das flores de henna, açafrão, menta e zimbro.

No início o perfume era à base de ceras, gorduras, óleos vegetais e sabões misturados a ervas. Com a descoberta do vidro, no século I, os perfumes ganharam uma nova cara, reduzindo sua volatilidade e ganhando formas e cores.

Por volta do século X, Avicena, o mais famoso médico árabe, descobriu a destilação dos óleos essenciais das rosas, e assim criou a Água de Rosas. Depois veio a Água de Toilette, feito para a rainha da Hungria. No século XIX o perfume ganha novos usos, como o terapêutico, por exemplo.

Hoje sabemos que o perfume é capaz de revelar a personalidade das pessoas, bem como sua classe social, uma vez que, um pequeno frasco pode atingir valores exorbitantes.

É comum o mesmo perfume apresentar cheiros diferentes quando aplicado em pessoas diferentes. Isso porque, os odores corporais são únicos, sendo resultado da alimentação, das características pessoais, dos lipídeos e ácidos graxos que a pele exala. A temperatura da pele interfere diretamente na vaporização do perfume, e portanto no cheiro que ele exala.

A magia dos cheiros

Mais do que revelar a personalidade de uma pessoa, o perfume influencia o estado de espírito de todos nós. Ao penetrarem pelas narinas, os aromas encontram o sishistoria-do-perfume límbico, responsável pela memória, sentimentos e emoções. Quando uma mensagem aromática penetra neste sishistoria-do-perfume, provoca sensações de euforia, relaxamento, sedação ou estimulações neuroquímicas.

Antigamente, o sishistoria-do-perfume límbico era chamado de cérebro das emoções. Quando estamos muito tensos e nervosos, um aroma de lavanda é capaz de nos relaxar e nos induzir ao sono, ajudando em casos de insônia. Quando estamos apáticos, deprimidos, infelizes, o aroma de bergamota pode ajudar na recuperação. Aromas de limão, vetiver, eucalipto e alecrim melhoram a concentração, enquanto os de alecrim aliviam o cansaço.

Fonte: delas.ig.com.br

História do Perfume

A evolução das fragrâncias se deu ao longo da história e das interpretações humanas na descoberta e escolha dos cheiros. Para entender melhor como tudo se passou, siga a linha do tempo que a Americanas.com preparou e descubra que perfumar-se é um ato pra lá de interessante!

Pré-história

Queimando madeiras e resinas, os homens das cavernas melhoravam o gosto dos alimentos.

Egito Antigo

Os egípcios honravam seus deuses "esfumaçando" os ambientes e produzindo óleos perfumados para ritos religiosos.

Grécia Antiga

Os gregos trouxeram novas fragrâncias de suas expedições e usavam perfumes que tivessem características medicinais.

Império Islâmico

A partir da invenção do alambique foi possível destilar matérias-primas. Um contribuição fundamental para a evolução da perfumaria.

Século XII

Os cristãos usavam fragrâncias para higiene pessoal e para prevenir doenças.

Século XVI

A moda são as luvas perfumadas, usadas pelos nobres da corte européia. Há a fusão de duas profissões: a de curtir o couro e a de perfumista.

Idade Média

O perfume é muito usado nos ambientes de banhos públicos.

Século XVII

Época do auge de fragrâncias "animálicas". Perfumes intensos que usavam civete e musk em sua composição.

Renascimento

A moda são perfumes doces, florais ou frutais.

Século XVIII

Os perfumes são reconhecidos por sua sensualidade, através da proliferação de novas fragrâncias e frascos. Os cristãos passam a perfumar as cinzas na Quarta Feira de Cinzas.

Século XIX

O progresso da química permite a reprodução artificial de cheiros encontrados na natureza. Nascem as matérias-primas sintéticas. A cidade de Grasse, França, se transforma na capital mundial da perfumaria.

Século XX

Nos dias de hoje, a perfumaria já é acessível a todos e não mais um privilégio da nobre burguesia. Perfume continua sendo sinônimo de encanto e sedução.